O dia internacional das mulheres foi oficializado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975, mas desde o início do século 20 é comemorado. Há alguns anos a data vem se reaproximando do significado de origem, reivindicar a igualdade de gênero, e se iniciou com o movimento de mulheres operárias nos EUA e na Europa que exigiam seus direitos pelas más condições de trabalho, piores que os dos homens.

O episódio mais emblemático dessa época é o incêndio que aconteceu em Nova York no dia 25 de março de 1911 na Triangle Shirtwaist Company, quando 129 mulheres trabalhadoras morreram e trouxe à tona as más condições enfrentadas por mulheres na Revolução Industrial.

De 1911 pra cá muita coisa mudou, adquirimos direitos que, hoje em dia, talvez nem sabemos que nos era negado. Vamos conferir o que conquistamos desde então:

Trabalho

Você sabia que até 1962, pelo Código Civil, a mulher não podia trabalhar sem a autorização do marido? Em 1943 a mulher poderia exercer uma profissão desde que não atrapalhasse o seu compromisso com a família e, caso o marido fosse contra à atividade, poderia pedir o afastamento na justiça. Só em 1962 quando o Estatuto da Mulher Casada foi sancionado essa lei mudou.

Também em 1943 a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) pela primeira vez assegurou a proteção à maternidade, quando as mulheres passaram a ter direito à estabilidade por um período e à licença maternidade.

Política

Em 1927 a professora Celina Guimarães Viana do Rio Grande do Norte conseguiu seu registro para votar. Mas, o voto feminino apenas foi, de fato, liberado em 1932, assim como o direito de sermos eleitas para cargos no executivo e legislativo.

Apenas em 1979 a primeira mulher ocupou uma cadeira no senado, Eunice Michiles do PDS/AM teve sua trajetória política marcada pela tentativa de retirar da legislação brasileira tudo que impedia a liberdade e autonomia das mulheres. Entre seus projetos está o PL 237/80 que revogava a anulação do casamento caso o homem descobrisse que sua esposa não era virgem.

Saúde
Na área da saúde, em 1988 tivemos avanços consideráveis para as mulheres, a prioridade no atendimento de pacientes vítimas de violência sexual, exames gratuitos para prevenção do câncer do colo do útero e mama, prorrogação da Licença Maternidade a Gestante e a Adotante e o atendimento pré e perinatal.

Violência contra a mulher

A famosa Lei Maria da Penha foi sancionada em 2006 e em 2015 houve uma alteração no Código Penal que incluiu o feminicídio no rol de crimes hediondos.

Desafios

Mostramos aqui alguns avanços que tivemos ao longo dos anos de luta das mulheres pela igualdade, é claro que já estivemos em situação pior, mas quando olhamos alguns parâmetros temos bastante a conquistar.

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) se a participação feminina crescesse 5,5 pontos percentuais, o mercado de trabalho brasileiro ganharia uma mão de obra de 5,1 milhões de mulheres e acrescentaria R$ 131 bilhões em receita tributária para a União brasileira.  

A OIT também avaliou que apenas 56% das mulheres em idade economicamente ativa estão empregadas no Brasil e conforme a hierarquia do cargo aumenta, diminui o numero de mulheres ocupando-os, uma pesquisa realizada pela consultoria Talenses com o Insper em 2019 indicou que apenas 13% das empresas brasileiras têm CEOs mulheres, 26% das posições de diretoria, 23% de vice-presidentes e 16% dos cargos de conselhos.

Felizmente, estamos vivendo um momento em que as mulheres estão cada vez mais ocupando espaços que antes não eram dominados por nós, já conquistamos bastante e precisamos conquistar ainda mais todos os espaços e tornar o mundo mais justo e seguro para nós.

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